segunda-feira, 9 de julho de 2012

Boris, prefeito de Londres


Se Trafalgar Square pode...


Impostômetro

O genial IMPOSTÔMETRO, no Centro de São Paulo, ontem marcava que a cidade, no sábado, estava arrecadando R$ 70.000 /segundo. Será que não há dinheiro para se tirar todas as crianças das ruas, ter escolas públicas maravilhosas e para todos os que delas necessitem, professores bem remunerados e super atualizados, ter hospitais públicos de ponta, moradias decentes para todos, ter 100% de saneamento básico, e trabalho justo e sustentável para todos os jovens do Brasil?

domingo, 1 de julho de 2012

Marina Flor




Falar de flor 
Por Marina Silva

"Uma flor nasceu na rua!/Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego./Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto./Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu."
Após o paralisante "nada a declarar" de líderes mundiais na Rio+20, é preciso muita poesia para manter a persistência que - como diz o apóstolo- produz a esperança. E então a acidez singela da poesia de Drummond veio em socorro de minha fome poética. O genial poeta itabirano celebra o nascimento de uma flor na fresta do asfalto, superando a indiferença humana e o pesado invólucro da civilização.
Assim me sinto ao lembrar os intensos dias em que organizações civis e milhares de pessoas manifestaram, no Rio, sua indignada exigência de atenção perante os dirigentes de Estado reunidos na conferência da ONU. Gente de todos os continentes, de jovens ativistas de grandes cidades a líderes de pequenas comunidades indígenas, dando demonstrações criativas, como a "Marcha a Ré" que parou o Rio, de que o mundo quer viver.
Infelizmente, a conferência oficial não ouviu isso. E o poema de Drummond me revela sua dimensão profética, que, feitas as contas, pode ser válida até a Rio+40 se predominar a desdita ambiental das necessidades presentes: "Depois de quarenta anos,/e nenhum problema resolvido, sequer colocado./Nenhuma carta escrita nem recebida./Todos os homens voltam pra casa".
Mas o desafio dos que voltam para casa, décadas após décadas de "Rio+" que se somam sem subtrair os problemas, é extrair a "esperança mínima" de que fala o poeta, para não cair no vazio da queixa que paralisa até os jovens, cuja natureza é andar: Andar à frente,/andar ao lado,/de marcha a ré e atravessado,/enveredando pelo futuro,/no chão dos rastros deixados.
Desde a retomada da democracia vemos o florescimento de movimentos sociais antes abafados pelo autoritarismo, com um ideário amplo que antecipava o novo milênio. Essa é a flor que agora irrompe no asfalto. Sua delicadeza denuncia as rachaduras do sistema que já não consegue impedi-la de brotar.
Chegou a hora de a sociedade tomar iniciativas próprias, buscar autonomia e independência. Sem recusar nem desconhecer a política e o Estado, ir além deles e fazer mudanças na vida com a noção ampla de um novo contrato natural -pois inclui os demais seres vivos e ecossistemas-, não só um contrato social. Conseguiremos? Estamos maduros para o que o tempo nos exige?
Aqui se revela a necessidade da utopia, que ultrapassa as ilusões limitantes do pragmatismo e reafirma a força da esperança, sem a qual não há futuro. No fim das contas -Drummond sabia-, é a poesia que faz brotar a flor.


Marina Silva
Pedagoga e afiliada ao PV. Esta coluna é a reprodução dos textos de Marina Silva publicado às sextas-feiras no jornal Folha de São Paulo.
Contato: contatomarinasilva@uol.com.br  

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Meus sonhos urgentes para Laranjeiras e Cosme Velho:

Redimensiona-se de imediato a quantidade de Ônibus de linha que sobem, ou faz-se deles circulares. Inicia-se de imediato o estudo de sua substituição por um VLT de pequeno porte, como o da COPPE (abaixo) - carioquíssimo! As calçadas são alargadas e equipadas com mobiliário urbano de qualidade. Duas ciclofaixas, uma do lado que sobe e outra do lado que desce, são pintadas. O terminal deixará de receber os ônibus de linha, pois terão sido substituídos por VLT, então ele se transformará numa praça super-arborizada de convivência entre turistas e moradores, crianças e idosos, namorados e amigos. Os turistas, por sua vez, terão um sistema de pré-agendamento no bondinho (já está se lutando por isso no grupo Amigos do Cosme Velho) e saltarão do Metrô no Largo do Machado para subir no VLT ( o Largo do Machado estará descongestionado! UFA!). Ou, os turistas poderão alugar uma bicicleta (que terá seu sistema aberto para turistas) e subirão ao Cosme Velho pedalando em segurança pela Ciclofaixa. Se lá tiverem que ainda aguardar para subir no bondinho, vão ao terminal, onde haverá uma praça arborizada, com bancos, brinquedos para crianças e aparelhos de ginástica para a terceira idade, um laguinho de água corrente do que será o recém despoluído Rio Carioca. Ali, alguns quiosques venderão café, sucos de frutas orgânicas, doces típicos brasileiros, artesanato preferencialmente produzido por cooperativas das comunidades do entorno e outras do Rio. Ali também, nos fins de semana ocorrerão apresentações curtas de circo, teatro e teatro de bonecos, mímica e filmes, projetados num cineminha ao ar livre, etc, sempre dando preferencia aos grupos comunitários. O resto, emenda-se com o projeto postado abaixo em CONSIDERAÇÕES. Simples!




E estes sonhos se emendam nos sonhos urgentes de outros...


"CONSIDERAÇÕES

Considerando em ordem decrescente de fluxo de trânsito o transtorno aos moradores:

- pelo que o bairro recebe de movimento extraordinário de carros de passeio através de sua inserção como ligação da Zona Sul e Oeste com o Centro, através do Rebouças, em número a ser quantificado.

- pelo que o bairro recebe de movimento extraordinário de carros de passeio e transportadores escolares para os Colégios São Vicente, SION, Miraflores e Eliezer que, somados ao de professores e funcionários das referidas Instituições, chega certamente a mais de 6000 pessoas/dia.

- pelo que o bairro recebe de movimento sazonal de turistas através de carros, ônibus de linha e de turismo com a média girando em torno de 4000 pessoas/dia.

Considerando que o bairro do Cosme Velho tenha como moradores um quantitativo que provavelmente equivale à metade da soma dos 3 itens acima.

Considerando que o bairro tem sua infraestrutura subdimensionada face ao exposto na primeira consideração, mal comportando as necessidades dos próprios moradores.

Considerando que trechos da Rua Cosme Velho (Largo Boticário, Curva do ICAA, curva da SBP e Padaria, Curva do São Vicente, Curva da DATAPREV) não comportam EM HIPÓTESE ALGUMA a passagem de dois automóveis em cada sentido.

Considerando que o status turístico, sustentado por todas as mídias, no que se refere ao Cristo Redentor e seus acessos, faz deste um atrativo econômico cujo potencial e cuja importância superam em muito aqueles que o conjunto de moradores possa oferecer através da simples tributação de seu status de morador ou de seus votos.

Considerando todas as interlocuções das quais participei e participo nos aspectos relacionados com o exposto acima

SUGESTÕES

Transito

Rebouças fechado na alça do Cosme Velho, exceto para coletivos, transporte escolar e carros de serviço, durante a semana
Rebouças livre nos fins de semana
+
Redução do número de linhas e transformação das mesmas em circulares
+
Linhas redimensionadas, com veículos seguros, confortáveis e não poluentes, passando a atravessar o Rebouças ida e volta, e circulando nas duas direções da Lagoa (servindo aos bairros do Humaitá, Jardim Botânico, Gávea, Ipanema e Leblon).
+
Terminal utilizado apenas para estacionamento (limitado) de ônibus de turismo e automóveis, com receptivo adequado para os turistas e com ponto de integração para acesso alternativo ao Cristo via VANS limitadas e cadastradas
+
Redução conseqüente das pistas de rolagem para 1 em cada sentido + 1 para escape.

Calçadas

Calçadas redimensionadas para melhor atender aos pedestres, com acessibilidade de vanguarda, sendo possível a criação de ciclofaixa ou ciclovia desde que a ordem de prioridade atenda primeiro ao pedestre e que haja redução da pista de rolagem

Travessias

Criação de larga faixas de travessia para pedestres em frente ao terminal e em frente á Estação e Praça
+
Redimensionamento da sinalização

Infraestrutura

Rebouças fechado por tempo adequado para intervenção forte e definitiva no subsolo das concessionárias e no leito do Rio Carioca

Terreno no fundo da Praça

Cessão ao grupo de Escoteiros (excelente coadjuvante nas intercorrências em que moradores e/ou turistas necessitem ajuda) ou a grupos que montem oficinas de jardinagem ou apresentações culturais de circo teatro de rua.
+
A desejada pista de SKATE poderia ser colocada no próprio terminal, em projeto arquitetônico conjugado facilmente elaborado pelos excelentes arquitetos que compõe a Associação

Interrelação com as vizinhanças

Utilização dos aparelhos, centros culturais, grupos associativos para desenvolver atividades conjuntas de integração e criação de metas coletivas viáveis, sem o alijamento de quaisquer personagens com fulcro em discordâncias pessoais."

Oxford Circus - Londres. Para pessoas.


Jan Gehl - autor do conceito de Cidades para Pessoas